terça-feira, 14 de setembro de 2010


H. diz:
Acho que cansei
A. diz:
De que?
H. diz:
De tudo
A. diz:
Explique-se.
H. diz:
Não sei, cansei só. De tudo e todos. Cansei de perder as pessoas, cansei dos meus rolos, cansei de homens, cansei de mulheres, cansei da minha casa, cansei da minha cara, cansei dos meus amigos, canseis dos mesmos papos todos os dias, cansei das minhas matérias, cansei de estudar no uni, cansei de morar aqui, cansei da minha mãe, cansei do nivas, cansei do bob, cansei de computador, cansei de celular, cansei das minhas músicas, cansei da academia. Cansei. Acho que só não estou cansada de você
A. diz:
Por que essa transformação? Olha, confesso que no estado em que me encontro, eu não me importaria se só tivesse você e eu no mundo. Estou como você.
H. diz:
Não sei. Só que eu cansei, cara. Preciso de uma mudança, uma repaginada. Preciso mudar até meu cabelo... Mudanças. Sério, podemos esvaziar o mundo, tipo, já?
A. diz:
Podemos, vamos exterminar todos. Nem que seja apenas em nossa mente. Queria tanto uma mudança radical, tipo, começar do zero. Junto com você.
Eu sinto como se tivesse nascido um corte dentro mim que é desprovido de sentimentos.
H. diz:
Eu sinto a mesma coisa, ou pelo menos quase isso... Na verdade, agora eu só me sinto de saco cheio, do mundo.
A. diz:
É, estou cansada dessa rotina.
Ou talvez, das pessoas que a habitam.
H. diz:
Ou talvez, dos dois.
A. diz:
Sim, estou cansada de tudo que não envolva você.
H. diz:
Acho que sua mãe estava certa, somos almas gêmeas.

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