domingo, 23 de agosto de 2009

Nostalgia

Café, cigarros e lágrimas silenciosas escorriam de sua face. Não fazia barulho para as pessoas, mais lá dentro ocorriam milhares de explosões com catástrofes inimagináveis para qualquer um, exceto ela que sentia aquela dor.
Quase quatro anos se passaram, e a ferida ainda palpitava, ardia, coçava, ás vezes cicatrizava mais sempre existia algo que a fazia abrir, cada dia mais, cada dia mais profundo. Cada dia um pensamento para saber se ele estava bem, se estava comendo direito ou até mesmo para saber se estava feliz.
Pedirá um pedaço de sua torta preferida, da torta que serviram no aniversário dele, o primeiro e único que passaram juntos, hoje ela queria coçar, arrancar as cascas da ferida, queria ver sangue, queria nostalgia, queria ele. Logo ele que tanto a feriu, logo ele que a feriu onde não se conhecia a dor, onde ela não pensava que poderia existir dor. Justo ele que a fez rir em um dia inteiro, a fez feliz mesmo que fosse apenas 24 horas, apesar do fim, o inicio e o meio de suas histórias foram felizes.
Ela não entendia como o amor pode acabar em uma noite.
A ferida cicatrizava por dias, meses, mais era inevitavel fugir de tudo isso, fugir do que ainda queria uma explicação, uma justificativa ou até mesmo uma verdade. Queria uma volta.
Agora ela era mais uma alma solitária, com seu café e seus cigarros. Mais uma alma que por enquanto não queria mais humanos em sua volta, queria apenas outra alma para quem sabe fumar ou tomar uma xícara de café.

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